Quando uma pessoa não estabelece limites e regras para o modo como se alimenta, combinado a um estilo de vida sedentário, tende ao risco do sobrepeso e suas consequências. A obesidade não é o que se vê no espelho, ou se mede na balança, mas sim uma doença crônica definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo.
Há também fatores genéticos, neurológicos, psicológicos, metabólicos e socioeconômicos que podem desencadear ou interferir na obesidade. Numa alimentação sem equilíbrio, com o consumo excessivo de gorduras e açúcares, as moléculas de gordura chegam à corrente sanguínea e o cérebro automaticamente entende que o excesso delas é uma ameaça para o seu funcionamento, com isso ocorre uma resposta inflamatória, aumento da produção de insulina e sobrecarga do pâncreas.
A obesidade, infelizmente, é uma doença cada vez mais comum acompanhada pelo surgimento de várias doenças associadas, as quais causam incapacidade funcional, redução da qualidade e expectativa de vida e aumento da mortalidade.
A doença pode ser classificada como endógena, quando causada por questões genéticas ou por alterações hormonais, e como exógena quando ligada à ingestão excessiva de calorias, ao sedentarismo, consumo de alguns medicamentos, má alimentação e fatores psicológicos. Tudo contribui para o ganho de peso nesse caso.
A obesidade é fator de risco para problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, dislipidemia, diabetes tipo 2, artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e de vesícula entre outros que podem aumentar a chance de morte.
Outras doenças crônicas associadas à obesidade são: doença renal crônica, artrose, câncer, diabetes mellitus (DM), apneia do sono, doença gordurosa do fígado, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares, pois quanto maior é o sobrepeso, maior é o esforço do coração para conseguir bombear o sangue.
Conhecer os fatores que desencadeiam e estar atento aos primeiros sinais de distúrbios alimentares é importante para prevenir a obesidade, além disso, é fundamental educar e estimular as pessoas para que optem por alimentos saudáveis para evitar o sobrepeso e a obesidade.
Uma dieta alimentar equilibrada, com orientação médica, prática regular de exercícios físicos e mudanças no estilo de vida, possibilita reduzir em até 60% o risco de desenvolver doenças cardiovasculares importantes e naturalmente tende à queda do excesso de peso.
Há também opções de medicamentos que auxiliam na redução do apetite e na compulsão alimentar, e em alguns casos, a cirurgia bariátrica é recomendada. O uso do balão intragástrico para redução do peso permite uma sensação de saciedade com menor quantidade de alimentos, tem baixo risco de complicações, sendo um grande aliado no tratamento da obesidade para casos de não indicação de cirúrgica.
Se você já sofre com a obesidade e quer ter uma melhora na sua qualidade de vida, procure ajuda médica. Uma avaliação adequada permite indicar o melhor tratamento de forma individualizada.
Dr. Christian Floriano
CRM-PR 20.219
RQE 15.316
RQE 17.902