Os impactos da Covid-19 na Obesidade Infantil

Obese boy who is overweight on a pink background.

A obesidade é uma doença preocupante entre os adultos e quando se fala em crianças, a preocupação é ainda maior. Apesar de ajudar a diminuir o contágio da Covid-19 no Brasil, o isolamento social teve um efeito negativo na saúde de modo geral. Com aulas on-line, falta de exercícios e o tédio por ficar muito tempo dentro de casa, a obesidade infantil aumentou durante o distanciamento social.

Uma pesquisa recente feita pelo Ibope e Unicef mostra que quase metade da população brasileira sofreu mudança nos hábitos alimentares neste período de pandemia. O impacto foi de 58%, com maior consumo de alimentos industrializados, refrigerantes e fast food, o que contribuiu para a evolução dos quadros de obesidade, inclusive a obesidade infantil.

Se não houver mudança para essa realidade, projeções da Organização Mundial da Saúde indicam que, em 2030, o Brasil será o 5º país do mundo em número de crianças com essa condição. Estresse, tédio, medo e ansiedade, sentimentos tão comuns durante esse período, influenciam nos hábitos alimentares. Estilo de vida mais sedentário, uso abusivo de eletrônicos, distúrbios psicológicos e alimentação de baixo valor nutricional – quadro intensificado em consequência da pandemia – estão diretamente relacionados aos problemas de saúde.

A má alimentação gera duas consequências: a desnutrição e a obesidade. A obesidade está relacionada a diversas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e respiratórias e ainda a má formação do esqueleto, músculos e articulações. Além disso, pode gerar dificuldades para executar atividades e brincadeiras comuns da infância.

Todas as escolhas que a família faz, desde a opção por este ou aquele produto, até os passeios do fim de semana, horários de sono e de regularidade na hora de planejar as refeições deve ser em prol do bem-estar de todos. É válido oferecer e propiciar às crianças alternativas ao ar livre (bicicleta, patins, bola, parques, bosques) que favoreçam o movimento do corpo, a prática de esportes e a conexão da criança com seu próprio corpo.

Comer de 3 em 3 horas é fundamental, com opções saudáveis, prestando atenção nas calorias dos alimentos consumidos, diminuindo o teor de açúcar e gordura e oferecendo mais alimentos frescos e sucos naturais, principalmente no caso das crianças que têm o organismo em crescimento. A medida funciona para manter o metabolismo em movimento e reduzir as porções de comida.

É preciso entender a rotina familiar, para diagnosticar e tratar corretamente as causas do problema. Você pode promover mudanças nos hábitos e rotinas da sua casa, buscando mais saúde e qualidade de vida para todos, incluindo seus filhos. Confira algumas sugestões:

• Escolha versões integrais dos cereais e farinhas, como massas, arroz e pães. Aumente o consumo de verduras e legumes, e corte do cardápio os alimentos ultraprocessados, fast food e os refrigerantes.

• Cozinhe com as crianças e aproveite esses momentos para explicar a importância de uma alimentação saudável.

• Leve as crianças para conhecerem de onde vêm os alimentos. Um passeio a uma fazenda, um sítio pode cair muito bem. Que tal plantar algo que a criança possa comer depois?

• Incentive e participe de brincadeiras que movimentam o corpo, como pega-pega, pular corda, amarelinha, dança, bicicleta, entre outros.

• Dê o exemplo e converse para que os demais membros da família façam o mesmo.

A obesidade é um problema grave e deve ser encarado com cuidado, além de ser também fator de risco em caso de contágio ao COVID-19. Procure ajuda médica, pois as causas da obesidade podem ter diversas origens. Quanto mais cedo for tratado, maiores são as chances de cura.

Dr. Christian Floriano
CRM-PR 20.219
RQE 15.316
RQE 17.902